terça-feira, 29 de setembro de 2009

Reduzir a poluição faz diferença para o futuro !

o Jornal da Educação tem publicado reportagens envolvendo questões ambientais. O objetivo é fornecer material que possa contribuir com o trabalho dos professores em sala de aula.

Foi abordada na ultima edição um novo aspecto da questão que mais tem preocupado o planeta Terra, o aquecimento global, suas consequências e caminhos para mininizar seus efeitos sobre o futuro da raça humana.

E reforçar, mais uma vez, a necessidade de cada um efetivamente fazer a sua parte no grande e maior desafio da humanidade hoje: reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

O aumento da temperatura da Terra, desde o início destas reportagens, já tem como maior causador a China que superou os Estados Unidos há pouco mais de um mês, na emissão de gases do efeito estufa.

O Brasil continua na quarta posição por conta das queimadas e do desmatamento, principalmente na região amazônica. Somente estes dois itens são responsáveis por mais de 60% das emissões de gases do efeito estufa no país. Se eliminasse os dois problemas, cairíamos pelo menos para a 42a posição.

Ou seja, a carne que o brasileiro come diariamente, vem carimbada com a queimada e o desmatamento. Há dois caminhos: ou o brasileiro deixa de comer carne, ou mudamos os meios de produção, incorporando os resultados de pesquisas e tecnologias. É possível produzir a mesma quantidade de carne num espaço bem menor de pastagem. O alerta foi feito pelo professor, ambientalista e escritor Genebaldo Freire Dias, em entrevista, durante o lançamento do Prêmio Embraco.

O aquecimento pode sim ter seus efeitos benéficos, como invernos menos rigorosos em algumas áreas e menor precipitação de chuvas em áreas úmidas. Porém, as nações tropicais sofrerão os danos mais graves. Estima-se calor excessivo, falta de água e redução da produção de alimentos. Caso a temperatura média aumente em mais de 3ºC, a terra será diferente do que a vemos hoje.

Destruição da flora e fauna

Nas florestas tropicais, o aumento de incêndios nas florestas e campos e a redução Imageou extinção de espécies que não podem migrar para áreas mais quentes são algumas das prováveis conseqûencias.

Um relatório elaborado em 2004, pelo Programa das Nações Unidas Pelo Meio Ambiente, estima que pelo menos um milhão de espécies pode enfrentar uma extinção prematura perto de 2050, exceto se a emissão dos gases de efeito estufa sejam drasticamente reduzidos.

A alteração no clima ameaça parques, reservas florestais, áreas selvagens, matando a flora e fauna, anulando os esforços pela preservação da biodiversidade.

Mas nem toda a flora e fauna sofreriam. Algumas espécies como ervas daninhas de rápida multiplicação, mosquitos, bactérias e outros organismos que provocam doenças têm a probabilidade de florescer cada vez mais, em um mundo mais quente.

Os desertos serão maiores e em maior número. O aquecimento do planeta somado ao desmatamento, em sua grande parte, em florestas tropicais, aumentaria cada vez mais as regiões desérticas do planeta.

Além disso, com o aumento da temperatura, as águas de rios e lagos evaporam mais rapidamente, e em lugares com poucas ocorrências de chuva, a vida vegetal morrerá, diminuindo a quantidade de plantas que retiram o dióxido de carbono do ar, aumentando o efeito estufa.

A segunda parte do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas - IPCC, das Nações Unidas, mostra que o aumento da temperatura do planeta, ligado à falta de água, poderá transformar de 30% a 60% da Amazônia em savanas (vegetação composta por árvores esparsas e arbustos, semelhante ao cerrado).

Aumento do nível do mar

O IPCC prevê para este século, um aumento de até 88 centímetros do nível do mar. (devido ao derretimento das placas de gelo da Antártica). Cerca de 100 milhões de pessoas vivem a 91 centímetros do nível do mar. Isso significa que as áreas costeiras, até mesmo as com densa população, poderão ser inundadas.

Segundo estudos feitos pelo cientista Janos Bogardi, o número de pessoas vulneráveis a inundações deve dobrar para dois milhões no mundo todo, por volta de 2050, devido ao aquecimento global, aumento do nível do mar, desmatamento e crescimento populacional nessas áreas.

Se realmente ocorrer os 88 centímetros de aumento, haverá também a contaminação de aqüíferos costeiros de água doce com a água salgada, inundação de planícies cultivadas e deltas em algumas partes de Bangladesh, Índia e China, onde é produzida a maior parte do arroz do mundo.

Com o aquecimento, a temperatura da água também está sofrendo alterações, o que fará com que fenômenos climáticos como tornados, furacões, tsunamis e ciclones sejam mais freqüentes.

Os peixes do oceano estão migrando cada vez mais para o fundo do mar, para águas mais frias. Com isso, quem vive da pesca sofrerá com a escassez de peixes.

O aquecimento global também pode apresentar outros efeitos, como a Corrente do Atlântico Norte, que é provocada por diferenças de temperatura entre os mares. Aparentemente ela está diminuindo à medida que a temperatura média global aumenta. Isso significa que áreas como a Escandinávia e a Inglaterra que são aquecidas por essa corrente, poderão apresentar climas mais frios.

Na vida humana

As nações subdesenvolvidas não possuem recursos econômicos e tecnológicos para sobreviver às mudanças climáticas. Um estudo realizado em 2003, por Paul Reiter e Alistair Woodward, a cargo das Nações Unidas, mostra que a alteração no clima já mata cerca de 150 mil pessoas por ano, e pode chegar a 300 mil, em 2030.

No final deste século, essa taxa de mortalidade pode chegar a 6 milhões por ano. Em 2004, uma onda de calor que atingiu a Europa no verão matou cerca de 20 mil pessoas. Neste ano, 500 pessoas já apresentaram problemas sérios de saúde por causa do calor excessivo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui à modificação do clima 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos de malária em todo o mundo.

As mudanças climáticas também afetarão a produção agrícola. O café, em sua maior parte produzido no Brasil, pode ter a sua área de cultivo reduzida, se a temperatura continuar subindo. Mais de 1 bilhão de pessoas vivem em regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, responsáveis por 22% da produção de alimentos do mundo.

Só no Brasil, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, 32 milhões de pessoas habitam áreas que ocupam mais de 1,3 milhão km2(15,7% do território nacional), podem se tornar desérticas. O diretor de Relações Institucionais da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza (Amavida), João Otávio Malheiros, aponta o risco destes brasileiros se tornarem "refugiados ambientais".



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